Cão-guia, uma profissão de visão

Nossos pets tem uma grande influência nas nossas vidas. É notório os benefícios que trazem para nossa saúde física, mental e emocional. Contudo, existe um pet que multiplica todos esses benefícios e fazem um bem ainda maior. O cão-guia. 

Parceiro indispensável para ajudar pessoas com deficiência visual a caminhar pelo mundo com segurança e independência, esse amigo-profissional, tem um papel transformador para uma sociedade inclusiva e consciente.

Infelizmente o número de cães-guia no Brasil ainda é pequeno frente à demanda. Segundo o IBGE, existem mais de 6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual e apenas cerca de 200 cães-guia em atividade. Esse número também é pequeno no mundo, contando com aproximadamente 98 organizações que formam cães em diversos países. A questão é que essa formação encontra desafios desde a ausência de recursos para o treinamento dos animais até a falta de centros especializados que possam oferecer esse serviço. 

Mas como todo bom desafio, existem aqueles que enxergam oportunidades e encontram formas de ajudar ao próximo, como as instituições que treinam e doam o cão-guia à pessoa com deficiência visual.

Os olhos do dono

Além de guiar, o cão promove a inclusão, aumentando as interações sociais e a autoestima do seu dono. O treinamento do cão-guia, de forma eficiente, é de vital importância. Os bons instrutores são papel chave no sucesso dessa missão. Existem profissionais dedicados ao desenvolvimento dos filhotes e da socialização e outros, ao treinamento específico do cão, além de entrevistar a pessoa com deficiência visual, treinar e acompanhar a dupla. Quando o cão está pronto e acontece a doação para alguém, ele ainda é supervisionado, para possíveis adaptações e mais, esse cão é acompanhado até sua aposentadoria.

Perfis de raças e comportamento

A escolha das raças vai depender da necessidade de quem vai ser guiado, podendo ser cães com sentido de alerta ou aqueles mais protetores. Os cães mais requisitados para serem guia são das raças Golden Retriever e Labrador por serem amigáveis, inteligentes e dispostos a servir. Quando treinados, esses animais são habituados e capacitados para estarem sempre ao lado do dono em qualquer lugar.

Aliás, essa questão é importante: os cães-guia têm direitos assegurados pela lei federal 11.126/2005 e o decreto 5.904/200 que garante o direito do ingresso e permanência do cão-guia junto ao dono, instrutor, treinador ou voluntário socializador em qualquer ambiente de uso coletivo sem qualquer discriminação. Eles podem estar em restaurantes, mercados, lojas, hotéis, ônibus, uber, ou seja, em todos os lugares.

Como agir diante de um cão-guia

Apesar da fofura, precisamos lembrar que os cães-guia estão desempenhando uma função importante, e precisam estar alerta. Qualquer desvio de atenção pode colocar o animal e seu tutor em risco, portanto, quando encontrar um cão-guia, lembre-se:

• Não tocar, acariciar ou brincar com o cão;
• Não oferecer alimentos ou petiscos;
• Não tocar na guia;
• Não se aproximar pela esquerda, que corresponde ao lado do cão;
• Caso seja necessário, falar com o tutor e não com o cão.

Vidas transformadas

Os cães-guia são capazes de transformar a vida de seus tutores, mas também podem transformar a vida de famílias inteiras. Para que um programa de treinamento tenha sucesso, é necessário que voluntários participem do processo de socialização dos filhotes. São as famílias socializadoras que ficam por um período determinado durante a primeira etapa da vida de um cão-guia.

É a fase em que ele precisa interagir, conhecer lugares, pessoas, situações, sons e aprender a se comportar socialmente. Para isso, a família voluntária que participa da formação do cão, recebe todo o suporte para o desenvolvimento dele. 

Propagando o hábito de dar e receber amor, os cães-guia ganham nossos corações. Você pode descobrir em sua região quais organizações têm programas e projetos para o treinamento de cães-guia e fazer parte desse movimento também!

Bons hábitos, pessoas e pets felizes!